null Cooperativas agropecuárias movimentam R$ 438 bilhões e batem recorde em sobras, diz OCB

05/08/2025 09:44

Dados do Anuário Brasileiro do Cooperativismo 2025 comprovam papel essencial do setor na produção

O cooperativismo agropecuário segue consolidando sua força como um dos pilares da economia nacional. Segundo o, divulgado nesta quinta-feira (31) pelo Sistema OCB, as 1.172 cooperativas do ramo registraram R$ 438,2 bilhões em movimentação financeira em 2024. O valor é 3,6% superior ao ano anterior e o maior valor da série histórica. O desempenho expressivo se refletiu também nas sobras do exercício, que saltaram 48% e ultrapassaram R$ 30,2 bilhões — um novo recorde para o ramo. Já os ativos totais alcançaram R$ 307,5 bilhões, avanço de 12% frente a 2023, confirmando a solidez financeira do segmento.

O setor congrega mais de 1 milhão de cooperados (1.091.560), o que equivale a cerca de 20% dos produtores rurais do país, mas com produtividade muito acima da média nacional, e emprega 268.279 trabalhadores diretos. Essa força coletiva é essencial para garantir a segurança alimentar interna e ampliar a competitividade do Brasil nos mercados internacionais. As cooperativas são, de acordo com o último censo agropecuário do IBGE, responsáveis por 53% da originação nacional de grãos e fibras. Além disso, aproximadamente 80% da carne suína brasileira também é produzida por cooperativas.

A atuação das cooperativas agro vai muito além da porteira. Elas estão presentes em toda a cadeia: do fornecimento de insumos ao beneficiamento, passando por assistência técnica, armazenagem, industrialização e comercialização dos produtos.

Em 2024, os segmentos com maior número de cooperativas (que podem atuar em mais de um segmento concomitantemente) foram: Insumos e bens de fornecimento: 549 cooperativas (47%); Serviços: 370 cooperativas (32%); Produtos não industrializados de origem animal: 254 cooperativas (22%); Produtos não industrializados de origem vegetal: 507 cooperativas (43%); Produtos industrializados de origem animal: 179cooperativas (15%); Produtos industrializados de origem vegetal: 246cooperativas (21%); Escolas técnicas e produção rural: 36 cooperativas (3%).

Além disso, entre os estados com maior número de cooperados, destacam-se: Minas Gerais: 204.588 cooperados; Paraná: 191.553 cooperados; Rio Grande do Sul: 266.027 cooperados; Santa Catarina: 90.022 cooperados; São Paulo: 138.111 cooperados.

"Para além da produtividade, o cooperativismo agro entrega qualidade de vida no campo, inovação na produção e impacto real na segurança alimentar do Brasil e do mundo. Tudo isso com raízes fincadas na cooperação e no protagonismo dos produtores. O coop agro é uma base sólida para a economia brasileira que integra produção, tecnologia e responsabilidade social em uma estrutura eficiente e que beneficia milhares de famílias no campo", afirma o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

As cooperativas agro também lideram em inovação, uso de tecnologias sustentáveis e valorização do produtor rural, com destaque para modelos de intercooperação, verticalização e internacionalização.
Desde 2020, o crescimento do ramo se mostra consistente. O número de cooperativas se manteve estável, enquanto o total de cooperados subiu 9%, de 1.001.341 para 1.091.560. Além disso, o contingente de empregados no setor teve um crescimento ainda mais expressivo, registrando um aumento de 20%, passando de 223.477 para 268.279.

Expansão
O Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2025 revela que o movimento manteve forte ritmo de crescimento em 2024, mesmo diante de desafios econômicos e climáticos enfrentados globalmente. O número de cooperados chegou a 25,8 milhões, o equivalente a 12,1% da população brasileira e a 23,3% da população ocupada. Isso representa um salto de 66% em apenas cinco anos.

O Brasil conta com 4.384 cooperativas, presentes em 3.586 municípios – o que reforça a forte presença territorial do modelo. No ramo agro, as cooperativas estão concentradas especialmente nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde há forte presença do agronegócio.

O setor cooperativista gerou ainda 578.035 empregos diretos em 2024, com crescimento de 5% em relação a 2023, superando em mais de três vezes a taxa de crescimento da força de trabalho nacional (1,4%). Um destaque importante é o avanço da participação feminina, que agora representa 52% dos empregados nas cooperativas.

O desempenho econômico do cooperativismo em 2024 também foi expressivo. Os ingressos das cooperativas brasileiras somaram R$ 757,9 bilhões, um crescimento de 9,5% em relação a 2023 – quase o triplo do crescimento do PIB nacional (3,4%). O pagamento de salários e encargos sociais também teve alta significativa, alcançando R$ 41,5 bilhões, aumento de 30,9%.

Outro destaque foram as sobras distribuídas aos cooperados, que somaram R$ 51,4 bilhões – um crescimento de 32% em relação ao ano anterior. Esse valor é reinvestido nas comunidades, movimenta o comércio local e impulsiona o desenvolvimento das regiões onde as cooperativas atuam.

"Os dados do anuário reforçam que o cooperativismo é uma alternativa viável e competitiva de desenvolvimento. No agro, em especial, esse modelo se mostra essencial para enfrentar crises, valorizar o produtor rural e fortalecer as cadeias produtivas em todas as regiões do Brasil", destaca Márcio Lopes de Freitas.

Fonte: Sistema OCB. Foto: Cocamar/Divulgação.

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