null Seminário discute o compromisso cooperativista com a equidade

26/01/2022 11:03

Seminário, realizado dia 17 de janeiro, reuniu grandes especialistas sobre o tema 

A Organização das Nações Unidas (ONU) propõe na sua agenda a equidade entre os homens e mulheres para os próximos anos. No conjunto de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), elencados pela instituição a todos os países-membros, está inclusa a promoção de equidade entre os gêneros. E o cooperativismo não poderia ficar fora desse contexto. Afinal, é um modelo econômico voltado ao desenvolvimento social e comunitário. Daí a importância do Seminário Internacional da Inclusão de Gênero no Cooperativismo, realizado dia 17 de janeiro, que reuniu grandes especialistas sobre o tema. 

O evento, promovido pelo Mestrado em Gestão e Regime Jurídico-Empresarial da Economia Social – Iscap/P.Porto, de Portugal, teve acesso livre e gratuito, via Zoom, permitindo um rico debate que conectou pessoas de diferentes lugares do mundo. 

Temas fundamentais abordados 
 O Seminário Internacional da Inclusão de Gênero no Cooperativismo teve três explanações principais e marcantes. A primeira foi trazida pela presidente da Aliança Cooperativa Internacional para as Américas (ACI-Américas), Graciela Fernández.

Ela destacou que as ações de igualdade de gênero são inadiáveis no cooperativismo, reforçando que a participação das mulheres no segmento ainda é bastante inferior à masculina, seja como cooperadas, funcionárias ou em posições de liderança. Esse último quesito é onde se observam as maiores discrepâncias.  

“É um compromisso que precisamos assumir, com políticas que façam parte da agenda de confederações, federações e cooperativas, por sua vez, aliadas às políticas públicas. A inclusão precisa se converter em ações práticas e efetivas, com foco em educação, informação e formação, que capacitem mulheres, possibilitando que sejam mais participativas”, disse Graciela Fernández. 

A força dos programas bem desenvolvidos 
A advogada especialista no tema e consultora do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, Vera Lúcia Oliveira Daller, comentou a formulação e condução do programa Coopergênero, do qual ela foi uma das idealizadoras, encampado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).  

A iniciativa é um exemplo de como políticas coordenadas com foco em sensibilização, estímulo e fomento são capazes de gerar avanços e impulsionar o empoderamento das mulheres.  

Vera mencionou a realização de eventos, a definição de marcos legais, o investimento em capacitação e a criação de núcleos de mulheres como pontos fundamentais de geração dos bons resultados colhidos pelo programa.  

Como reflexos positivos, a especialista citou a posterior parceria entre o Ministério, o Instituto Cabo-Verdiano para Igualdade e Equidade de Gênero e a instituição Agro Mais Mulher, uma política pública para o fortalecimento do trabalho da mulher no campo. 

O panorama português
O encerramento do seminário teve a participação do gestor de dados da instituição portuguesa cooperativa António Sérgio para a Economia Social (Cases), Eduardo Pedroso. Ele trouxe um interessante panorama da realidade vivida no país europeu a partir das informações coletadas no contexto da pesquisa “Retrato da Mulher no Setor Cooperativo Português”.

Como bem destacou o executivo, os dados trazidos pelo estudo ainda demonstram a clara disparidade, denotando um ambiente predominantemente masculino. O que sinaliza para a importância de apostar na representatividade feminina como fator de impulso e desenvolvimento para o cooperativismo e o mundo. 

“Nós, da Confebras, defendemos a igualdade de gênero como uma política institucional e por isso entendemos que todas as ações nesse sentido são extremamente relevantes”, pontuou a superintendente da Confederação, Telma Galletti. 

Fonte: Confebras – Assessoria de Comunicação.