null Compartilha 2021 debate os desafios da Comunicação e do Marketing do Sicoob SC/RS

26/11/2021 10:36

Equipe que apresentou o evento, que trouxe muitas reflexões para promover mudanças e fazer uma boa comunicação do Sicoob

A Unidade de Comunicação e Marketing, da Diretoria de Negócios do Sicoob Central SC/RS, promoveu nos dias 23 e 24 de novembro, o Compartilha 2021, evento que reuniu mais de 100 pessoas das cooperativas singulares e da Central SC/RS, para debater os desafios que empresas e instituições têm para estabelecer uma comunicação mais assertiva na era das tecnologias interativas e inovações disruptivas. “Compartilhamos assuntos que ajudam o Sicoob a se desenvolver e explorar um novo olhar para o mercado frente aos desafios futuros. É um evento que traz conteúdos que geram reflexões para promover mudanças e alcançar os objetivos de fazer uma boa comunicação com os cooperados, os funcionários, os parceiros e com a população em geral”, disse a supervisora de Comunicação e Marketing do Sicoob Central SC/RS, Camile Silva. 

Na abertura do evento, terça-feira, às 13h30, o diretor de Negócios, Olavo Lazzarotto, fez uma comparação entre os recursos disponíveis para divulgar o cooperativismo financeiro, em seu início, e que consistia basicamente na “propaganda boca a boca”, e que hoje dispõe de várias plataformas e tecnologias, com a utilização de veículos tradicionais e novas mídias”. 

O gerente de Negócios, Dangelo Dalla Rosa falou sobre o desafio de comunicar produtos e serviços para uma população imensa que se dispersa por diferentes canais e redes, cada vez mais conectados e que disputam o seu tempo com inúmeras mensagens. Na sequência, também dando as boas-vindas aos participantes, a supervisora de Comunicação e Marketing, Camile Silva apresentou a equipe.

O primeiro palestrante, professor Paulo Vita, estrategista de mercado, fez uma palestra com o tema “Estrategista de Negócios e Marca”. Apresentou um painel de diferentes ações de grandes marcas, inclusive do mercado financeiro, e disse que “mais do que saber quem compete com quem é entender o que está acontecendo”. E deu exemplos das mudanças no mercado, com a rebancarização (2014/15), com a desbancarização (2017/18) e com o Market Place Bancário (2020/21).

Paulo fez uma palestra em que situou as empresas nos ambientes "para fora, para o lado e para dentro", ou seja, o macroambiente do setor, dentro do segmento específico e dentro da empresa. Mostrou exemplos de valores antigos e novos, de como está se desenvolvendo a disputa de percepção dos modelos tradicionais de instituições financeiras e as organizações que já nascem com a "pegada" digital.

Para ele, é importante "iluminar os diferenciais do cooperativismo (ser cliente e dono, por exemplo) e sua visão social do sistema financeiro, além de equiparar os diferenciais emergentes recentes, como ergonomia digital, investimentos e marketplace bancário". Paulo disse que o mercado está em constante movimentação e informou que, somente na área de crédito, já existem 176 startups no Brasil.

A segunda palestrante da tarde foi Débora Ingrisano, gerente de Comunicação e Marketing do Centro Cooperativo Sicoob (CCS), de Brasília, que mostrou a importância de se investir em uma marca e o peso que ela tem nas decisões dos consumidores. No caso do Sicoob, disse que é um desafio fazer a gestão de uma marca que tem mais de 350 diferentes CNPJ. “Mas é também o que nos une, pois cada cooperativa, no seu espaço geográfico, com o seu jeito, a sua cultura, enobrece a marca e fala para um determinado público”, afirmou.

Mostrou que de 1902 até 1996, em quase um século, as cooperativas financeiras movimentavam apenas 0,15% do volume de dinheiro do Sistema Financeiro Nacional, e a partir da consolidação das marcas em Sistemas, como o Sicoob, “chegamos em 2021 a ter mais de 10% do crédito nacional, somadas todas as instituições financeiras cooperativas”.  

Débora também deu exemplos de realidades distintas, desde regiões onde carros de som ainda são uma mídia importante até o atendimento de pedidos para pôr a marca em porta-guardanapos numa pequena cidade, porque ali os bares são um ponto forte da comunidade, ao mesmo tempo em que é preciso lidar com as novas tecnologias de comunicação. 

Sugeriu a leitura de vários livros que ajudam a compreender melhor que as escolhas das marcas são, sobretudo, por questões afetivas, emocionais. Outro ponto que impulsiona a marca é uma comunicação simplificada e constante, que permite torná-la mais conhecida. “Tudo que a gente puder facilitar ajuda, linguagem simples ajuda, marca pura ajuda, ecoar ainda mais o que somos, as nossas potencialidades para sermos melhor percebidos, tudo soma”, disse Débora.

Para ela, o Sicoob já teve grandes avanços e precisamos entrar, agora, na fase de consolidação, com uma atuação fortemente sistêmica que facilitará a identificação do público com a marca. E que é preciso entender que uma marca “se constrói e se solidifica no envolvimento emocional com o seu público, por isso não adianta fazer uma ação de marketing e correr para verificar se houve evolução de números, porque essa relação não é direta, mas é certo que a empatia, a experiência emocional é o que mais engaja e fideliza”, concluiu.

Na última palestra do dia, Juliana Calderón, que é atriz, palestrante, facilitadora, consultora e especialista no tema, falou sobre Comunicação Não Violenta. Segundo ela, o conflito pode ser benéfico quando é “uma oportunidade para se conhecer melhor”. Ela apresentou vários exemplos do cotidiano, em que as reações costumam trazer mais problemas do que soluções. 

“É preciso perceber que, muitas vezes, podemos discordar na estratégia, mas ter os mesmos propósitos”, afirmou. E acrescentou: “quando uma pessoa está estressada, passando por um momento difícil, normalmente o que ela mais precisa é de ser acolhida, de empatia, muito mais do que de conselhos”.

Explicou que a diversidade é a alma do cooperativismo e que a democracia é o sistema do dissenso, do conflito. “É preciso ter habilidade para lidar com a diferença” e que o princípio é nunca esquecer que estamos lidando com seres humanos, que são complexos, mas que ao mesmo tempo são seres relacionais, que buscam o contato, o diálogo, o entendimento, mesmo quando utilizam plataformas digitais”, explicou. Por isso, concluiu, “a melhor forma de comunicação é aquela que abre espaço para a escuta, sempre”.

No segundo dia do Compartilha, que teve início às 13h30, o palestrante Artur Vasconcellos, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), apresentou “A Jornada de Experiência do Associado”. Segundo o professor, as cooperativas precisam entender “qual é a experiência que desejamos que os associados tenham conosco e como essa experiência do associado pode agregar valor aos produtos e serviços da cooperativa”.

Para chegar a essas respostas, há vários caminhos e um deles é conhecer os diferentes perfis e segmentos de associados, seus gostos, hábitos e preferências. “Quais objetivos queremos atingir com a melhoria da experiência?”, indagou. É imagem de marca? Satisfação? Receita? 

Vasconcellos mostrou as diferentes fases do marketing, desde as eras agrícola, industrial, da informação, da humanização e da atual, denominada de tecnologia colaborativa. Disse que para agregar valor ao produto é preciso ir além da commodity, do produto e serviço e ingressar na fase da experiência. 

Quando se anuncia só um produto ou serviço, o consumidor costuma escolher por preço, mas quando a marca oferece uma experiência para o cliente, passa a se diferenciar pelo significado – e isso tem um enorme valor. “O que cria valor no mundo de hoje são, sobretudo, as experiências pessoais dos consumidores”, disse Vasconcellos.

Explicou que há duas formas de promover o marketing de experiência: o serviço como experiência em si e o aumento do vínculo emotivo do consumidor com a marca. Acrescentou que vários estudos corroboram a tese de que os seres humanos são movidos pela emoção, mais do que pela razão, daí a importância de uma comunicação de marca que queira ser parte da experiência pessoal de cada cidadão. Citou a frase clássica de Maya Angelou: “as pessoas esquecerão o que você disse, esquecerão o que você fez, mas nunca esquecerão o que você as fez sentir”.

O desafio, concluiu, é fazer com que os consumidores, os clientes, os associados, se identifiquem com a organização, por isso o marketing experiencial busca promover ações ancoradas na emoção e na experiência.

A palestra de encerramento foi com Nina Silva, empresária, mentora de negócios, palestrante, colunista, CEO e uma das fundadoras do Movimento Black Money, eleita pela revista Forbes como uma das mulheres mais poderosas do Brasil e pela Women in Tech Global Awards, em Portugal, na categoria “mulher mais disruptiva do mundo. A palestrante deu vários exemplos de sua própria trajetória de vida, para mostrar que a melhor chance de dar certo com um negócio é atendendo aqueles que não estão sendo bem atendidos.
Nina disse que mais importante do que receber títulos é dar visibilidade a corpos negros que fazem trabalhos fenomenais na área de tecnologia, ciência, finanças e outros mercados. “Me sinto porta-voz de todas essas pessoas e quero construir pontes para que possam realizar seus sonhos e alcançar uma vida com dignidade”.

Para isso, acentuou, é preciso “praticar e realizar verdades”, conhecer as dores de quem não é bem atendido ou é desprezado pelo mercado. “O dinheiro precisa estar associado à eliminação das dores”, afirmou. E mostrou exemplos de nichos que muitas vezes não são bem atendidos porque aqueles que nele atuam não conhecem as necessidades de quem faz parte dele, como por exemplo, negros, mulheres, a comunidade LGBTQIA+, pessoas com deficiência ou até mesmo quem ama cães e gatos. 

Mas para vencer no mercado, “não adianta competir com os grandes utilizando as mesmas ferramentas. Aos pequenos, a chance de vencer está na proximidade e no pertencimento”, ensinou. Por isso, aconselhou, “escolha um tema que você domine e possa tornar-se uma autoridade no assunto. Procure um tema que você possa construir uma comunidade fiel. E busque soluções para temas que possuem muitas pessoas que sofram da mesma dor”.

Para ela, tecnologia e marca são hoje os dois pontos fortes das empresas. Por isso, “independentemente do tipo de negócio e do quão sensacional for o seu produto é necessário trabalhar a sua marca”. E de modo bem-humorado, lembrou o que disse Jeff Bezos: “a sua marca é o que as outras pessoas dizem de você quando não está na sala”. 

Portanto, criar uma marca “envolve ações relacionadas ao propósito, valores da marca e o seu posicionamento, gerando uma conexão com o público de modo a influenciar suas decisões de compra”. E mais adiante, perguntou: por que sua marca precisa existir? Por que ela foi criada? “Uma marca não é só um logotipo, um nome ou uma identidade visual. Ela é um conjunto de sentimentos e experiências que o seu público teve e criou do produto ou serviço que você oferece”. 

E para provar porque as marcas têm peso, apresentou as mais valiosas atualmente. Em 2019, as 10 mais valiosas eram marcas que não têm fábricas, maquinários e nem linha de produção. Todas elas de base tecnológica, porque tecnologia e marca são o que revoluciona atualmente o mundo dos negócios. “É preciso criar uma voz para essa marca, que defina sua personalidade, seus tons, sua linguagem e sua intenção”, afirmou, ao mesmo tempo em que apresentou vários exemplos de como o Movimento Black Money atua com esses conceitos.

Ao final dos dois dias de atividades, os participantes responderam a várias perguntas sobre as palestras e aqueles que acertaram o maior número de respostas e no tempo mais rápido, ganharam brindes. 

O Compartilha 2021 foi apresentado por Diego Aguiar, Camile Silva, Alex Vitor Pinto, Isabelle Ivanki, Luiza Colombo, Felipe Klein e Clara Freitas, integrantes da equipe de Comunicação e Marketing do Sicoob Central SC/RS.

Fonte: Sicoob Central SC/RS – Assessoria de Imprensa.