null Histórias de Professor  

15/10/2021 09:37

Celebrando o Dia do Professor, comemorado nesta sexta-feira (15), nós convidamos quatro profissionais para compartilharem suas histórias nesta profissão tão importante. Na foto, a professora Josiane, de Luiz Alves, em um passeio com uma turma de alunos

 

Existem algumas sensações na vida que são únicas. Ir à praia pela primeira vez, dar o primeiro beijo, comer aquela comida caseira de mãe depois de anos, falar eu te amo. Para Josiane Borderes Graf ouvir “hoje a aula foi irada”, também está na lista. Professora há 19 anos, atualmente ela dá aula de ciências para alunos do 6⁰ ao 9⁰ ano na rede municipal de Luiz Alves (SC). Em homenagem ao dia dela e dos mais de 2,6 milhões de docentes do Brasil, convidamos profissionais para compartilharem suas “Histórias de Professores”.  

Josiane faz parte do 1,7 milhão de professores que atuam na rede pública, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Ela sempre lecionou em escolas municipais e estaduais. Foi assim nos últimos 19 anos. “Quando iniciei, em 2003, estava apenas no segundo semestre da faculdade de Ciências Biológicas, um grande desafio! Trabalhei com alunos do ensino médio com idade muito próxima da minha e, inclusive, alguns mais velhos. Tudo isso na escola onde estudei desde a 5⁰ série”, conta.  

Para ela, o primeiro ano foi o mais difícil, mas comprovou que estava no caminho certo. No ensino médio, uma professora comentou sobre a dificuldade em encontrar professores de biologia. Ela pensou: por que não? Os mesmos professores que a incentivaram viraram seus colegas na EEB Irineu Bornhausen. “Fui muito amparada e orientada por eles” relembra.  

Além de Luiz Alves, o município vizinho, Ilhota, também conta com o trabalho da professora, desta vez como assessora de direção na EEB Valério Gomes. Apesar das dificuldades do cotidiano, a carga horária e, por muitas vezes, a falta de incentivo, Profe Josi afirma que não há nada mais gratificante do que um feedback positivo dos alunos. “Recebo mensagens na rede social de ex-alunos que entraram na faculdade e agradecem às aulas de biologia. Esse carinho e reconhecimento faz valer a pena os desafios diários.”  

 

O mercado de trabalho também precisa dos professores 

Há mais de 15 anos, Simone Muller, Analista de Recursos Humanos do Sicoob MaxiCrédito, dedica seu trabalho a desenvolver jovens e adultos no ambiente empresarial. “Já estive muito tempo em sala de aula aplicando treinamentos nos mais diversos temas”, conta a pedagoga. Assim como seus colegas, para ela, ser professora foi algo natural. Adorava brincar de escolinha.   

Atualmente, Simone auxilia na educação corporativa da MaxiCrédito. Gosta do que faz, mas não nega a saudade da sala de aula. “Sinto falta da interação aluno x professor, onde posso mediar o processo de ensino aprendizagem e incentivar a busca de novo saberes. Conforme os projetos de treinamento e desenvolvimento forem sendo colocados em prática na Maxi, volto à ativa”. 

Segundo ela, não há nada mais gratificante do que ser mediador dos alunos na construção da sua identidade e no caminho pessoal e profissional. “Ser educador é proporcionar descobertas, troca de experiencias, construções em conjunto, é tornar o educando protagonista de suas próprias escolhas”, compartilha. 

 

Uma vez professor, sempre professor 

“É um orgulho ser chamado de professor. Somos professores com nossos filhos, amigos e colegas de trabalho. Participei recentemente de uma entrevista com foco em educação financeira e, por alguns minutos, me senti em sala de aula professorando com os alunos”, compartilha Rogério Luis de Souza, Gerente da Agência MaxiCrédito de Barra Velha (SC). 

Rogério sempre quis ser professor universitário, assim como seus mais de 397 mil colegas que atuam no ensino superior no Brasil. “Gosto de ler, pesquisar, ser curioso e de poder contribuir para o crescimento pessoal e profissional das pessoas. Em 2005, quando concluí minha graduação, eu escrevi meu propósito de vida.  Uma das metas era ser professor. Assim que conclui o objetivo, desejei ser coordenador do curso superior. Tentava me superar a cada ano e amava estar com os alunos. Era como se estivesse em um parque de diversões”.  

O professor/tutor deu aula no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública da Uniasselvi (Fameg) em Guaramirim, no ano de 2011. “Foi um longo tempo de pesquisa, leitura e entendimento das entrelinhas da gestão pública. Muitas vezes uma dupla jornada de 12h e finais de semana de muita pesquisa e preparação”, relembra. Depois de um tempo, o gerente passou a ser professor do curso de Processos Gerenciais. “Por ser minha área de domínio, foi mais tranquilo. Logo veio o convite para mais uma turma e eu estava lecionando todos os dias da semana“. 

Hoje em dia ele não exerce mais (oficialmente) a profissão, mas isso não significa que não é mais um professor. “O papel do professor é orientar, direcionar, ajudar a pessoa a encontrar um caminho melhor para viver. É como ver seus filhos evoluindo saber que fiz parte daquela história, é fascinante. Tenho todos meus ex-alunos nas redes sociais e quando vejo eles conquistando um novo emprego, constituindo família, eu vibro! Ouvir deles que eu fui uma pessoa importante, que eu fui o melhor professor, não tem preço”, se emociona. 

Jucéli Severgnini também não exerce mais a função, é uma professora aposentada. Se despediu das salas em maio de 2020, deixando saudade aos alunos. Profe Ju lecionou durante anos em escolas públicas de Chapecó (SC), em especial na EBM Severiano Rolin de Moura. Entre suas melhores lembranças está uma homenagem, ainda no início da carreira, quando ganhou o título de “Melhor Professora”. “Confesso que chorei muito”, confidencia. 

Ela acredita que cumpriu seu papel como educadora, curtiu cada momento ao máximo e admira as pessoas que seus alunos se tornaram. “Sinto muito orgulho em dizer que fui professora, inclusive, ainda me considero. Mesmo aposentada!”. 

A verdade é que ser professor vai além de um título e das paredes de uma sala de aula. “Ser professor é entender a responsabilidade de orientar e auxiliar na formação de cidadãos melhores, tornando-os críticos e conscientes sobre suas responsabilidades e deveres”, finaliza  Profe Josi.