Fecoagro completa 46 anos - Nacional
null Fecoagro completa 46 anos
Atuação da Federação foi fundamental para impulsionar o cooperativismo agropecuário em Santa Catarina
O cooperativismo agropecuário de Santa Catarina tem mais um motivo para comemorar neste domingo, 25 de julho, dia dedicado ao colono: os 46 anos da Fecoagro. Durante toda a semana, o programa de rádio Agronegócio Hoje, produzido pela Fecoagro há 40 anos, tem dedicado parte do seu espaço diário para mostrar passagens vividas pela Fecoagro nesse período. Ex-presidentes e funcionários comentaram a trajetória da Fecoagro, que hoje é exemplo de integração no cooperativismo brasileiro.
Nos anos 70, ainda não havia o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), e a preparação e formação profissional dos dirigentes e funcionários era realizada precariamente através do Incra, da Secretaria da Agricultura de Santa Catarina, por meio da Coordenação de Organização de Produção de Abastecimento (Copa) e pela Acaresc (hoje Epagri), que possuía uma Diretoria Estadual de Cooperativismo.
Nos idos de 1973, a globalização dos mercados era desconhecida ou inexistente. O sistema de comunicação era precário e as informações do comportamento do mercado agropecuário eram muito lentas, comparadas aos dias atuais. Em Santa Catarina, apenas a cidade de Blumenau dispunha de Discagem Direta a Distância (DDD). Nem a capital do Estado dispunha desse serviço de comunicação.
As cooperativas agropecuárias atuavam individualmente. Grandes, médias e pequenas, nos padrões de Santa Catarina, embora tendo os mesmos objetivos nas atividades dos agricultores, entregavam resultados diferentes aos seus associados, pois os negócios não tinham padrão nem de qualidade, nem de preços dos produtos.
Cooperativas vizinhas e às vezes atuando na mesma área, disputava o mercado, concorrendo entre si, e acabavam criando problemas ao apresentar resultados da comercialização, especialmente de soja – que na época a produção era pequena, e com poucos resultados econômicos – aos seus cooperados.
Nos anos de 1973 e 1974, as exportações de soja eram controladas pelo Governo Federal. Para se exportar precisa ter cotas, que eram liberadas pela então Cacex, uma Diretoria de Comércio Exterior do Banco do Brasil, com sede no Rio de Janeiro. Essa exigência obrigava a quem quisesse exportar se deslocar ao Rio de Janeiro para reivindicar quotas. Nossas cooperativas com volumes pequenos na época, e com intenção de buscar o mercado internacional, sofriam por falta de uma coordenação estadual.
No Meio-Oeste, em Videira, existia uma cooperativa central – Cemoesc – constituída para fazer captação de incentivos fiscais que o Governo Estado proporcionava para construção de armazéns. A exigência é que fosse por uma Central e, desta forma, passou a reunir as cooperativas da região para buscar as quotas de exportação e também negociar em conjunto no mercado para algumas cooperativas: Coopervil, de Videira; Coperio, de Joaçaba; Coopercaçador, de Caçador; Copercampos, de Campos Novos; Cooperzal, de Capinzal; Copérdia, de Concórdia; Coopernúcleo, de Curitibanos e Coopernorte, de Mafra.
No Oeste catarinense, lideradas pela Cooperalfa, Aury Luiz Bodanese, presidente de então, coordenava informalmente outro grupo de cooperativas da região que necessitassem de quotas parta exportação.
Assim, em diversas ocasiões os dois grupos se encontravam no Rio de Janeiro para pedir quotas. Em determinado momento a própria Cacex recomendou que Santa Catarina se unisse e fizessem um único pleito, a exemplo do que já acontecia com as cooperativas gaúchas, através da Fecotrigo, hoje Fecoagro-RS, e no Paraná através da Coocap lideradas pela Ocepar.
Surgiu, então, a primeira ideia para a união das cooperativas agropecuárias de Santa Catarina. Após uma rápida passagem de coordenação informal via Ocesc, onde foi formado o Birô de Informações de Mercado, em reunião realizada no Cetrevi de Videira, entre cooperativas do Meio-Oeste e do Oeste catarinense, foi decidida a criação de uma federação estadual de cooperativas agropecuárias, não apenas para buscar quotas de exportação, mas também fazer negócios em conjunto e exportar a soja que já alcançava um bom volume no estado catarinense.
Um grupo técnico constituído pelas cooperativas foi formado. Ivan Ramos, da Coopernorte e Cemoesc; Oscar Zilio, da Coperio; Moises Pollak, da Cooperalfa; e Wanderley Reis, da Coopercentral Oeste, foram visitar as entidades similares no Rio Grande do Sul e Paraná (Fecotrigo e Coocap) para conhecer o funcionamento. Depois de propor uma minuta de estatuto social, foi decidido oficialmente formar uma federação.
Em 25 de julho de 1975, no auditório do Palácio Santa Catarina, em Florianópolis, com a presença de representantes de 15 cooperativas, foi assinada a ata de fundação da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina – Fecoagro.
Hoje, a Fecoagro atua em quatro focos principais: Central de Negócios em compras conjuntas; Indústria de Fertilizantes; Convênios Governamentais e Ações Institucionais de Comunicação.
A história da Fecoagro está sendo contada em capítulos diários no programa Agronegócio Hoje, que se estendem até dia 30 de julho.
Fonte: Fecoagro – Assessoria de Imprensa.