null Cooperativas de crédito são importantes parceiras em momento de crise

29/04/2020 12:01

Neste momento de forte impacto econômico, causado pelas medidas de contenção do avanço do novo coronavírus, toda e qualquer ajuda é bem-vinda e as cooperativas de crédito têm se mostrado uma excelente opção. Além de possuir linhas de crédito com recursos próprios e também acesso às linhas de entidades públicas, como por exemplo BNDES, as cooperativas praticam juros que se mostram mais atrativos e proporcionam condições mais próximas das necessidades de seu público, já que é formado por associados que são donos do negócio.

O diretor executivo do Sicoob Central Rondon, que congrega cooperativas dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, Clademir Salmória, explica que o sistema tem se adequado para suprir, em especial, essa necessidade urgente e momentânea.

 

“Estamos buscando atender a todos, principalmente os mais impactados neste momento. Além dos recursos próprios, as cooperativas hoje, em especial o Sicoob, também terão acesso às linhas disponibilizadas pelo governo através do BNDES”, exemplifica.

 

Ele lembra que o Sicoob, assim como o cooperativismo de crédito de uma maneira geral, vem se estruturando muito fortemente nos últimos 10 anos, crescendo acima da média em relação ao mercado e demais instituições financeiras. Inclusive cercando-se de meios que garantam o investimento que é feito pelos associados em suas singulares. “Nós temos o FGCoop, que é o Fundo Garantidor do Cooperativismo, com um teto de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ para as aplicações. Então, esse posicionamento dá condição hoje para que as cooperativas sejam um grande instrumento para os cidadãos mais necessitados de apoio para seus negócios, levando segurança aos cooperados e sociedade onde estamos inseridos”, frisa.

Outro ponto destacado pelo executivo é a questão da proximidade que esse modelo possibilita. “Você não está tratando simplesmente com um cliente, não é apenas uma relação comercial. Ele é dono do negócio, faz parte da sociedade, então isso facilita a acessibilidade, aproximação e conversa. E dentro desse contexto nós estamos realizando os mais diversos movimentos voltados à adequação em relação a essas linhas emergenciais”, reforça.

Clademir vai além e ressalta a necessidade de pensarmos de uma maneira mais macro. Segundo ele, é preciso levar em conta a questão emergencial, de momento, mas é preciso entender e adequar-se à real necessidade do fluxo de caixa para manutenção do negócio. O executivo enxerga uma retomada lenta após o fim do esforço de contenção do coronavírus e o empresário, e demais segmentos e pessoas impactadas, precisam delinear muito bem seu caminho.

 

“Um dos pontos importantes nesse momento é a carência, tanto para essas linhas novas, mas principalmente para as operações de crédito que serão repactuadas, renegociadas. A carência é o momento que o cooperado vai ter fôlego para fazer com que o seu negócio tracione e ele possa se colocar dentro de uma normalidade, seja em 60 dias, 90 dias ou 120 dias”, alerta.

 

O Sicoob, salienta Clademir, nos últimos 30 dias buscou fazer um forte trabalho de análise e estabelecimento de créditos pré-aprovados, ou aprovados automaticamente. “Só para se ter uma noção, nós temos hoje em torno de 6 mil associados com limite já implantados, aprovados, à disposição, na ordem de R$ 100 milhões. Fazendo uma divisão simples, estamos falando na casa de R$ 16,6 mil em média por associado. E esse acesso está nas mãos do próprio cooperado. Se ele acessar o aplicativo Sicoob mobile bank já está lá o crédito, seja pessoal ou para capital de giro”.

Para o diretor, o grande desafio das instituições financeiras neste momento é serem grandes parceiros, de maneira a não comprometer lá na frente o negócio do cliente. “Então, agora é a hora de analisar caso a caso, não colocar todo mundo na mesma régua, porque o mercado tem feito muito isso. Nós temos trabalhado muito forte o nosso relacionamento com o cooperado, buscando entender a real necessidade individualmente. O mais importante é que o associado realmente tenha condição de tratar disso com as suas cooperativas”, define Clademir.