null Finanças na infância: como abordar e ensinar práticas saudáveis para as crianças

13/06/2023 17:30

A educação financeira pode começar desde muito cedo na vida de uma criança. Aprenda estratégias e os melhores momentos para aplicá-las.

Quantos de nós, quando crianças, não ouvimos dos nossos pais que “dinheiro não dá em árvore”? Apesar de engraçada, essa fala representa uma realidade para muitas crianças: elas não conseguem ainda compreender o que é o dinheiro e a importância de usá-lo com responsabilidade. Então, é importante que os adultos tomem a iniciativa de ensinar, com atenção e cuidado, o valor do dinheiro.

O primeiro passo

Quando a criança começa a pedir coisas aos pais, como brinquedos e doces, já está na hora de começar a ensiná-los o que é educação financeira. No entanto, é importante respeitar a idade e o desenvolvimento da criança. Não é preciso colocar números e contas logo de início, muito menos dar dinheiro para uma criança pequena, por exemplo.

Essa educação pode começar a partir do desenvolvimento comportamental da criança, ou seja, de sua visão de mundo em crescimento, de seus sentimentos e experiências que, muitas vezes, estão acontecendo, para ela, pela primeira vez.

Os pais podem ensinar à criança o que é paciência, o saber esperar por algo que ela quer ter ou fazer, e a fazer escolhas entre as opções que ela vê à sua frente. Além disso, também podem auxiliar no desenvolvimento da concepção do tempo, mostrando fotos dos avós quando eram jovens ou da própria criança quando bebê, ou um objeto antigo que existe hoje, mas de forma diferente, como um telefone de fio ou uma TV de tubo, assim ela se sentirá mais confortável quando precisar esperar por algo que virá no futuro. Tudo isso ajudará nas próximas etapas de educação financeira da criança.

Outra importante concepção que deve ser ensinada à criança é a diferença entre querer algo e precisar de algo. Conhecendo essa diferença, quando a criança enfim tiver algum dinheiro que seja seu para administrar, ela estará mais preparada para lidar com compras impulsivas.

A criança também pode administrar seu próprio dinheiro

Quando a criança começa a aprender sobre números, a educação financeira pode dar mais um passo: agora, ela já está pronta para ter um primeiro contato com o conceito de valores e com notas e moedas.

Uma clássica, mas ainda excelente opção, é que os pais deem à criança uma “mesada” ou “semanada”, ou seja, um valor fixo para que a criança comece a desenvolver uma independência financeira. No entanto, para que essa iniciativa tenha sucesso, aqui vão algumas dicas:

  • Converse honestamente com a criança e seja transparente, para que ela entenda o propósito da experiência e do dinheiro que lhe está sendo confiado.

  • Não ofereça esse dinheiro como recompensa por obrigações que a criança já deve ter dentro de casa, como guardar os brinquedos ou escovar os dentes. Ela deve entender que este dinheiro não é uma recompensa por cumprir suas obrigações básicas.

  • O valor da “mesada” ou “semanada” deve ser condizente com o cotidiano da criança, de acordo com suas necessidades e sua idade, principalmente.

  • Independente de os pais escolherem dar um valor semanal ou mensalmente à criança, é interessante que mantenham o mesmo dia da semana ou mês para dar o dinheiro. É importante que os pais se esforcem para manter esse espaço de tempo padronizado, porque isso ajudará nas habilidades de planejamento e organização da criança.

Apesar de tudo, é fundamental que esse valor caiba no orçamento da família. Portanto, escolha um valor, por mais baixo que seja, que não prejudicará o dia a dia da casa.

Poupar também pode ser divertido

Além do planejamento mensal e semanal, os pais podem usar listas de desejos, um cofrinho, ou até mesmo a Poupança Kids, para ensinar a importância de poupar uma parte do dinheiro. Na lista de desejos, estimule a criança a registrar itens que deseja adquirir ou lugares em que deseja ir, mas que não consegue alcançar apenas com o valor que recebe de uma vez. Então, procure instruí-la a poupar uma parte deste dinheiro em um cofrinho, e combinem o espaço de tempo necessário para chegar no valor necessário para realizar um dos itens de sua lista de desejos. 

Estimule seu filho a se organizar e a se dedicar no planejamento de suas finanças. Ainda que essa finança não seja grande, esse primeiro passo, desde a infância, fará toda a diferença no desenvolvimento financeiro de seu filho.