Nossa História

 

A Cecremef (Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados de Furnas) nasceu da iniciativa de 32 colegas de trabalho, em 17 de março de 1961.

 

Incentivada por Maria Thereza Rosália Teixeira Mendes e apoiada por Furnas, numa época em que seus empregados não tinham benefícios, a Cecremef foi uma das cinco primeiras cooperativas de crédito mútuo a serem constituídas no estado do Rio de Janeiro. Mas a autorização de funcionamento emitida pelo Banco Central só foi concedida em 1966. Até então, funcionou com o apoio irrestrito da empresa, que chegou a delegar à cooperativa a administração dos recursos para o atendimento de saúde dos empregados.


Em 1971, a Cecremef perdeu o apoio de Furnas, que transferiu seus programas de benefícios para a Fundação Real Grandeza. A empresa não se opôs que a cooperativa continuasse funcionando, ainda assim sua situação piorou, e na Assembleia Geral Ordinária de 1972, a liquidação foi o principal assunto da pauta. Nessa época, 647 dos 1.844 associados haviam pedido demissão e o presidente teve que deixar a entidade para chefiar o escritório de Furnas em Nova Iorque.

Por acreditar na viabilidade econômica da cooperativa, o então Diretor Tesoureiro Hiram de Castro Moraes solicitou uma Assembleia Permanente de 30 dias para apresentar um orçamento e fazer uma consulta aos associados remanescentes. Em 7 de março de 1972, 43 associados decidiram manter a cooperativa e elegeram Hiram para a presidência. Mas Hiram afastou-se do cargo por motivos de saúde e a associada Alzira Silva de Souza assumiu a presidência.

Por cerca de 15 anos, Alzira imprimiu uma administração marcada pela rigidez e por uma política econômico-financeira realista. Em 1980 comprou a sede, próximo ao Escritório Central de Furnas, que, antes mesmo de sua inauguração em 1982, já estava totalmente pago.

Nessa mesma época, firmou convênio com a Unimed para oferecer um plano de assistência médica global para os associados (por adesão eletiva de cada associado), que a empresa não provia. Em 1983, após uma pesquisa entre os associados, implantou o Programa Odontológico. E no ano seguinte foi criado o Serviço Social.

A Cecremef esteve entre as criadoras da Feleme, uma Federação que reuniu cooperativas de crédito dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Também liderou a constituição da Cecrerj – Central das Cooperativas de Economia e Crédito Mútuo do Estado de Rio de Janeiro, a primeira entidade de segundo grau do cooperativismo de crédito mútuo a funcionar no país.

O associado Dulciliam Corrêa Pereira, até então diretor Financeiro, sucedeu Alzira na presidência. Tratou de modernizar as operações financeiras, convicto de que só se atingem os objetivos sociais se a entidade for economicamente saudável. Instituiu a correção monetária do Capital e criou uma carteira de aplicações cooperativas. Dulciliam também profissionalizou o Serviço Social e instalou Postos de Atendimento Cooperativo em Angra, (onde está o segundo maior contingente de associados) e no Centro do Rio.

Em 1990, com o confisco de 80% dos ativos financeiros no Plano Collor, as cooperativas de crédito viram-se sem ter como trabalhar. Por meio de gestões legais, a Cecremef conseguiu recuperar o Capital Social e ampliou os benefícios aos cooperados: aumentou o teto de empréstimos, criou um novo empréstimo para compra de material escolar e uniforme, e implantou um sistema de liberação de “Quebra-Galho” (empréstimo rápido, de pequeno valor, com liquidação em um mês) para as áreas regionais onde houvesse um posto de atendimento bancário.

Com credibilidade junto ao associado, a Cecremef lançou uma campanha para aumento espontâneo de Capital Social e criou Capital Rotativo, um investimento cooperativo a prazo fixo. Sua fórmula beneficiava ambos os lados de uma operação financeira: o aplicador recebe remuneração melhor que no mercado financeiro, e quem toma o empréstimo, paga juros mais baixos do que os praticados por bancos e financeiras.

A Cecremef integrou o grupo de cooperativas e centrais que fundou o Bancoob – Banco Cooperativo do Brasil S.A., que permitiu a oferta de produtos bancários aos associados e foi a semente do Sicoob, maior sistema de cooperativas de crédito do Brasil.

O incremento dos resultados da Cooperativa proporcionou a expansão dos Programas Sociais. A entidade passou a promover atividades de lazer e confraternização, preconizando a alegria como bem de primeira necessidade.

Em 2005, uma série de prejuízos do Sicoob Cecrerj levou à auto-liquidação daquela entidade, e fez com que coubesse à Cecremef a maior parcela no rateio das perdas. Isso levou a um resultado negativo de mais de R$ 16 milhões no balanço, que teve que ser rateado entre os associados. Mais uma vez a confiança dos associados e a capacidade dos empregados fez com que a Cooperativa revertesse o quadro, com um rateio mensal das Perdas e três anos seguidos de Sobras recorde.

No final de 2009, Dulciliam deixou a Presidência, assumindo Maria da Conceição Lourenço Gomes, que já havia sido Diretora Social e, durante a última década e meia, Diretora de Administração. Na sua administração começou a oferta dos produtos do Sicoob, como a previdência complementar e a poupança cooperada. Também foi desenvolvido o financiamento de veículos, a partir de um estudo do Diretor Auxiliar, Francisco Carlos Bezerra da Silva, que veio a ser eleito presidente na assembleia seguinte.

Francisco Bezerra incrementou a integração com o Sicoob através da nova central – o Sicoob Central Rio –, promovendo a migração da marca da cooperativa para Sicoob Cecremef e aumentando a oferta de produtos do sistema. Reformou as instalações da Sede e dos PAs de acordo com a identidade visual do sistema e transferiu o PA Centro para o PA Compartilhado – uma agência do Sicoob Rio instalada no Centro do Rio de Janeiro para atender aos associados das cooperativas vinculadas à Central.

Criou novos Pontos de Atendimento na Vila Residencial de Praia Brava e na Vila da Usina de Furnas, em São José da Barra-MG, onde Furnas nasceu, e estabeleceu Agentes de Negócios na Sede da Eletronuclear e em Ibiúna-SP, cujo Agente passou a atender também Campinas, Mogi das Cruzes e Tijuco Preto – locais de grande concentração de associados. Também implementou um novo conceito de atendimento remoto, o PA Digit@l, que o cooperado acessa por telefone, WhatsApp ou e-mail, de qualquer lugar do planeta, com agentes comerciais que têm autonomia para realizar qualquer operação demandada pelo associado, do início ao fim.

A mudança promovida pelo Banco Central na natureza das cooperativas de crédito acabou com as limitações de adesão ao Sicoob Cecremef e impôs a adoção da Governança Corporativa. Porém, era necessário fazer uma mudança estatutária, ou seja, os associados deveriam manifestar-se em favor de uma cooperativa aberta. Ao longo de um semestre inteiro, a Cooperativa reuniu vários pequenos grupos de associados, de diferentes origens, idades e tempo de associação para apresentar um protótipo do estatuto e colocar em discussão outros aprimoramentos. Foi um processo altamente transparente, publicado e atualizado semanalmente no site da Cooperativa.

No final de 2017, uma AGE aprovou um novo Estatuto que permite o ingresso de associados pessoas físicas ou jurídicas de todo Estado do Rio de Janeiro – mantendo a possibilidade de admissão de associados das empresas listadas no estatuto, em sua maioria vinculadas ao sistema Eletrobras. Isso propiciou à Cooperativa a instalação de sua primeira agência aberta ao público na cidade do Rio de Janeiro, na Rua São Clemente, 41, ao lado do Metrô Botafogo.

Na Assembleia Geral Ordinária de 2018, duas chapas se inscreveram para a eleição do primeiro Conselho de Administração do Sicoob Cecremef dentro de uma estrutura de Governança Corporativa. A chapa vencedora escolheu Francisco Bezerra como Presidente do Conselho e Agliberto Cravo Barroso como Vice-Presidente. O estatuto determinou que a Diretoria Executiva – indicada pelo Conselho – passasse a ser constituída por Diretor Presidente, Diretor de Operações, Diretor Administrativo e Financeiro, e Diretor Social.

O primeiro diretor-presidente escolhido pelo Conselho foi Mauro da Silva Alves, funcionário dos quadros técnicos da cooperativa, ex-gerente, gerente Financeiro, gerente de Desenvolvimento Organizacional e superintendente, com 33 anos de experiência na área de atendimento e negócios.

Cabe a Mauro Alves gerir a transição do Sicoob Cecremef de cooperativa financeira segmentada para a livre admissão, no seu primeiro mandato, que vai até 2022.

 

Galeria de Presidentes

Emelino Jardim,
Presidente de 1962 a 1964

Franklin Fernandes Filho,
Presidente no período de Constituição,
e de 1964 a 1971

Hiram de Castro Moraes,
Presidente de 1971 a 1972

Alzira Silva de Souza,
Presidente de 1972 a 1987

Dulciliam Corrêa Pereira,
Presidente de 1987 a 2009

Maria da Conceição Lourenço
Gomes
, Presidente 2010 a 2011

Francisco Carlos Bezerra da Silva,
Presidente de 2011 a 2018

Mauro da Silva Alves,
Diretor-presidente de 2019 a 2022

Carlos Soares de Souza,
Atual diretor-presidente

Evolução da Marca

A primeira marca da Cooperativa utilizou o símbolo mundial do Cooperativismo, os dois pinheiros num círculo, com as cores verde a amarelo.

Na década de 70, por um breve período, foi utilizado o símbolo do Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (WOCCU). 

Um concurso, no início dos anos 80, definiu uma nova logomarca, que seria a união das três anteriores, criação do associado Edison de Paiva Castello Branco.

Logo a seguir, um concurso entre os associados escolheu a nova marca, que era uma adaptação da primeira logomarca de Furnas.

Já nos anos 90, a marca foi simplificada e logo a seguir ganhou cor, com a sigla da Cooperativa ao seu lado. Esta seria a marca utilizada durante 20 anos.

Em 2012, já vinculada ao Sicoob Central Rio, assumiu a marca do Sicoob.

 

Outros textos sobre a história do Sicoob Cecremef


Os textos a seguir podem ser utilizados livremente, desde que não sejam adulterados e sejam citados como fontes os autores e este site.

MOURA, Lúcia Stela deCECREMEF – 50 anos realizando sonhos. Rio de Janeiro: ed. Letra Capital, 2011. Este livro foi produzido especialmente para comemorar os 50 anos de existência da Cooperativa. Incorpora o texto do livreto “CECREMEF 25 anos” e traz depoimentos de Fundadores, ex-Presidentes, Diretores, Gerentes e associados.

SOUZA, Alzira Silva de; GADELHA, Arlete (edit.)CECREMEF 25 anos. Rio de Janeiro: CECREMEF, 1986. – Lançado em comemoração aos 25 anos da Cooperativa, traz um resumo histórico dos primeiros anos de existência da entidade, na visão da presidente e de outros personagens relevantes do universo de Furnas, na época.

SOUZA, Alzira Silva deCooperativismo: uma alternativa econômica. Rio de Janeiro: CECRERJ, 1990. – Este livro trata de maneira ampla da história do cooperativismo em seus diversos segmentos, em todo o mundo. É um texto introdutório para quem quer conhecer o sistema cooperativista.

SOUZA, Alzira Silva deCooperativismo de Crédito – realidades e perspectivas. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 1992. – Segundo livro da autora, descreve com detalhes o desenvolvimento das diversas formas de cooperativismo de crédito e como estava estruturado no Brasil e no Mundo em 1992. Numa segunda parte, relata a criação da Central das Cooperativas de Crédito Mútuo do Rio de Janeiro e tudo o que conteceu nos seus primeiros anos de funcionamento. É fonte primária para quem estuda o segmento de crédito no cooperativismo brasileiro.

SOUZA, Carlos SoaresAdministração de Cooperativas. Trabalho apresentado ao Curso de Administração de Empresas do Centro Universitário Plínio Leite, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Administração de Empresas. Orientador: Prof. Eduardo Picanço Cruz, M.Sc. 2002

SOUZA, Carlos SoaresCondicionantes ao desenvolvimento do cooperativismo de crédito no Brasil e modos de superá-los. Um contributo. Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gestão de Empresas, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – ISCTE, Lisboa. Orientador: Prof. Dr. Carlos Gonçalves, 2009.