null Atuais como nunca: conheça os 7 princípios do cooperativismo

02/06/2021 10:36

Quem se depara pela primeira vez com os conceitos cooperativistas pode até achar estar diante de algo novo, dado a atualidade de seus ideais. Mas a história do cooperativismo é antiga e remonta os tempos da Revolução Industrial, especificamente o ano de 1844, quando 28 tecelões de Rochdale, bairro da cidade de Manchester, na Inglaterra, fundaram a primeira cooperativa dos tempos modernos: a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale.

Esta cooperativa de consumo foi criada com base naqueles que se tornariam os sete princípios do cooperativismo, que seguem basicamente os mesmos até hoje.  Premissas responsáveis pelo grau de importância e prestígio deste sistema capaz de promover o desenvolvimento econômico, social, político e cultural de maneira equitativa e democrática. De Rochdale o cooperativismo ganhou o mundo sempre mantendo sólidas suas setes linhas orientadoras, que vamos conhecer agora:

 

Adesão livre e voluntária 

Cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações sociais, raciais, sexuais, políticas ou religiosas. Na prática, isso significa que uma cooperativa está aberta a acolher a todos. Por outro lado, todos que desejam ingressar e usufruir dos serviços de uma cooperativa devem estar cientes das responsabilidades inerentes.

 

Gestão democrática 

A democracia é a linha mestra das cooperativas, que são controladas pelos seus membros por meio da participação ativa na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Isso significa dizer que toda a sociedade cooperativa deve se guiar pelos princípios próprios da democracia, que pressupõe a atuação responsável de todos os seus membros. Votar e ser votado, de acordo com as regras estatutárias, constituem assim direitos e, por consequência, deveres de cada associado.

 

Participação econômica 

Este princípio do cooperativismo trata da contribuição equitativa e controle democrático do capital da cooperativa. Pelo menos parte deste patrimônio é propriedade comum da instituição. Os membros recebem remuneração limitada, se houver, sobre o capital subscrito como condição de associação. Estes sócios destinam as sobras para um ou todos os seguintes propósitos: desenvolvimento da cooperativa, distribuição dos resultados e apoio a outras atividades aprovadas previamente. Isto significa dizer que as cooperativas existem para satisfazer as necessidades das pessoas e não necessariamente gerar rentabilidade especulativa sobre o capital investido.

 

Autonomia e independência 

As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Elas podem firmar acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, e recorrerem a capital externo. No entanto, isso sempre deve ser feito em condições que assegurem o controle democrático dos associados e mantenham a autonomia da cooperativa. Dentre as cooperativas, aquelas do ramo financeiro, como o Sicoob Cecres, estão submetidas à fiscalização do Banco Central.

 

Educação, formação e informação 

As cooperativas devem promover a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir da melhor forma para o desenvolvimento de suas organizações. Por trás deste princípio está o entendimento de que sócios, representantes eleitos, administradores e empregados constantemente qualificados são condição sine qua non para o crescimento da entidade cooperativista como um todo. Da mesma maneira, beneficiam a sociedade na qual estão inseridas estas pessoas.

 

Intercooperação 

Este princípio do cooperativismo afirma ser a cooperação entre cooperativas uma ação multilateral de fortalecimento para o bem comum de todos os envolvidos. Esta intercooperação pode ocorrer em diversos níveis como, por exemplo, por meio de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais. Pode ainda se dar entre cooperativas do mesmo sistema, entre cooperativas de outros sistemas e mesmo entre cooperativas de outros ramos da atividade cooperativa.

 

Interesse pela comunidade 

A fundação da primeira cooperativa citada no início desta matéria foi feita sobre a crença de que era preciso trabalhar para o desenvolvimento sustentável da comunidade. Este princípio do cooperativismo preza pelo investimento em projetos economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos. Expressa-se ainda por meio da atuação sem fins lucrativos e pela atuação orientada à geração de benefícios sociais e econômicos não apenas para seus associados, mas para toda a sociedade.