Para o cooperativismo, dificuldades são oportunidades de crescimento - Sicoob Agrocredi
Marco Aurélio Almada (*)
Dizem que são os momentos de dificuldades que fortalecem aqueles que têm grandes propósitos em sua jornada. E olhando para os últimos meses - ou, mais especificamente, para o último um ano e sete meses - podemos dizer que esta expressão se prova cada vez mais verdadeira em nossa sociedade.
Em que pesem as tristezas vividas nesse período e as possíveis perdas que tivemos em nossos núcleos pessoais, a colaboração e a cooperação se mostram como opções para um crescimento sustentável de nossas comunidades.
Foi na dificuldade de muitos brasileiros que reforçamos o nosso propósito de que o cooperativismo, como um movimento amplo e democrático, é a alternativa certa para avançar. E neste 21 de outubro, Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito, eu gostaria de homenagear todas as cooperativas financeiras do Brasil, independentemente da marca que representem.
A união de esforços foi fundamental para trazer esperança nos momentos difíceis. Falando sobre o Sicoob, especificamente, atuamos durante todo esse tempo para não deixar nossos cooperados desamparados, principalmente os pequenos empreendedores, porque estes tiveram que fechar suas portas por diversas vezes e perderam sua renda da noite para o dia.
Pense como o empresário do interior de Minas Gerais que tinha um restaurante sem delivery e dependia da venda do almoço para pagar a janta. Ele poderia ficar sem perspectivas positivas e soluções para quitar o salário de seus funcionários, dado o imediatismo que a Covid-19 nos trouxe, não é?
E o vendedor de pipoca, que dependia do fluxo de pessoas em uma estação de metrô em São Paulo? Dormiu pensando no "amanhã" e acordou vendo a cidade mais populosa das Américas esvaziada. Sua renda se foi.
Foi com esses empreendedores em mente que traçamos um plano de ajustar ainda mais as taxas e tarifas cobradas no Sicoob. Renegociamos dívidas, oferecemos crédito justo e sustentável, planejamos a saída da crise. E o melhor: apoiamos os sonhos dessas pessoas. Isso é o mais bonito, a meu ver.
E em um ano, de junho de 2020 a junho de 2021, aumentamos em 49% a nossa carteira de crédito, ultrapassando a marca de R$ 101 bilhões emprestados aos nossos cooperados. Com operações muito maduras e sustentadas, não colocamos "os pés pelas mãos", não oferecemos mais do que podíamos, não quebramos. Fizemos o que podíamos e contamos com a cooperação como nossa aliada.
Hoje, com a vacinação acelerada, a retomada econômica e as pessoas mais confiantes nas ruas, enxergamos uma janela de oportunidades para a sociedade brasileira. Vemos que o futuro pode - e deve - ser bom para todos nós. Basta querermos, trabalharmos e nos unirmos.
Como disse um grande sábio do cinema, o Mestre Yoda de Star Wars, "Faça ou não faça. Tentativa não há". Esta deve ser a nossa "notinha" colada em algum canto visível em nossa vida.
Nunca nos esqueçamos que, se um dia sentirmos que estamos sozinhos e sem expectativas, há muita gente trabalhando para que consigamos sair dessa.
(*) Marco Aurélio Almada é diretor-presidente do Centro Cooperativo Sicoob (CCS), que reúne as diversas organizações que integram o Sicoob, com atuação nacional, como, por exemplo, o Banco Cooperativo Sicoob S.A. e a Confederação Nacional, além de uma seguradora, uma administradora de consórcios, uma fundação de previdência, uma empresa de meios de pagamento, uma distribuidora de títulos e valores mobiliários e um instituto de responsabilidade social.