Na avaliação do Banco Central, houve melhora nos cenários interno e externo, com os indicadores de inflação em níveis confortáveis
Redução era esperada pelo mercado financeiro, e taxa é a menor desde início do regime de metas de inflação; também é a menor da série história. Selic estava em 6,5% há 16 meses. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (31) reduzir de 6,5% ao ano para 6% ao ano a taxa básica de juros da economia, a taxa Selic. Com a decisão, a taxa caiu para o menor patamar desde o início do regime de metas de inflação, em 1999. A medida já era esperada por analistas do mercado financeiro, embora uma parte previa a queda para 6,25% ao ano. O percentual é o menor da série história do Banco Central, que começou em 1986. A Selic estava em 6,5% desde março de 2018, portanto, há 16 meses. Na ocasião, a taxa chegou a esse percentual depois de 12 cortes seguidos. Entre julho de 2015 e agosto de 2016, a taxa se manteve em 14,25% ao ano. Em comunicado, o Copom informou que, desde a última reunião, em junho, houve a consolidação de um cenário benigno, permitindo o corte de 0,5 ponto percentual. O comitê sinalizou que há espaço para novos cortes, ao afirmar que o novo cenário deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo. No entanto, não sinalizou exatamente quando isto será feito. O Copom enfatiza que a comunicação dessa avaliação não restringe sua próxima decisão e reitera que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, diz o texto. Melhora no cenário Na avaliação do Banco Central, houve melhora nos cenários interno e externo, com os indicadores de inflação em níveis confortáveis. Indicadores recentes da atividade econômica sugerem possibilidade de retomada do processo de recuperação da economia brasileira. O cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em ritmo gradual. O cenário externo mostra-se benigno, em decorrência das mudanças de política monetária nas principais economias, afirmou o Banco Central. Embora avalie que houve redução dos riscos para aumento da inflação, o Banco Central aponta que o principal problema seria uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira. A PEC da Previdência foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados entre a última reunião do Copom e a desta quarta-feira. O Copom reconhece que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que a continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes. Em particular, o Comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva, diz o texto.