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02/10/18

Cooperação: a grande alternativa e caminho para os novos tempos


Marcelo Medeiros: a cooperação é a chave para uma sociedade mais justa, mais humana, com equilíbrio entre as questões econômicas, ambientais e sociais

O instrutor de Educação Corporativa do Sicoob Central SC/RS, Marcelo Correa Medeiros, publicou artigo no portal "administradores", reproduzido via portal do cooperativismo financeiro e administradores. Marcelo Correa Medeiros é mestre em Direção Estratégica, possui MBA em Gestão Empresarial, graduado em Administração, Gestão de Cooperativas e Ciências Contábeis. Possui formação em Professional and Self Coaching PSC/IBC. É embaixador da paz pela UPF Universal Peace Federation (Federação para a Paz Universal), órgão internacional ligado à ONU. Atua há mais de 25 anos no Associativismo e Cooperativismo Financeiro, onde já exerceu as funções de sócio fundador, presidente, gerente geral, contador e inspetor.  Recentemente, lançou O milagre da cooperação, na 25ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo. Confira, a seguir, o artigo.

A cooperação é a grande alternativa e o caminho para enfrentarmos os desafios dos novos tempos.

É fato que vivemos em tempos de crise, de turbulências, de transição. Realmente, são tempos difíceis para alguns ou desafiadores para outros, dependendo do ponto de vista, mas as mudanças estão aí, já fazem parte do nosso dia a dia.

Basta observarmos a velocidade das mudanças que estão acontecendo em âmbito mundial, em praticamente todas as áreas da atividade humana.

Esse ritmo vem se acelerando cada vez mais. Mudanças que aconteciam a cada 500 anos, passaram a acontecer a cada 200 anos, depois a cada 100, 50, 20, 10, cinco… e hoje já em menos de um ano algo que era considerado novo, logo se torna obsoleto.

Ameaça ou oportunidade?

Inteligência artificial, robôs realizando diversas atividades humanas, biotecnologias, nanotecnologias, internet das coisas, empresas que se autogerenciam, com pouquíssima ou nenhuma intervenção humana, além das chamadas startups, como as fintechs, entre outras.

Tudo isso também é chamado de a quarta revolução industrialou indústria 4.0.

É algo que parece estar muito distante da nossa realidade, mas que se observarmos bem, está muito mais próximo do que imaginamos.

Mudanças profundas também se aproximam na gestão empresarial, com alterações nos organogramas, na estrutura organizacional, que antes era extremamente verticalizada, hoje com a tendência de termos estruturas cada vez mais planas, horizontalizadas, com novas relações nos jogos de poder e na chamada política corporativa.

Há também a questão da economia compartilhada, colaborativa ou cooperativa.

Nesse novo modelo de economia, o novo paradigma é a utilização dos bens e serviços e não mais a obsessão pela posse.

Uma das mais conhecidas frases sobre o paradigma dessa nova economia diz o seguinte: eu não preciso de uma furadeira, eu preciso é de um furo na parede.

Em muitos países, isso já é uma realidade, onde a economia colaborativa já responde por grande parte das economias nacionais e cresce em ritmo acelerado.

A cada dia surgem novos e melhores aplicativos nas mais diversas áreas, como mobilidade urbana, transporte, hospedagem, viagens, alimentação, compra e venda de produtos online, entre outros.

Nesse sentido, um modelo de negócio já vem se destacando na chamada economia colaborativa há muito tempo. Muito antes de se utilizar esse termo, o movimento cooperativista já vem praticando a economia cooperativa.

Como já aconteceu em 1844, em Rochdale, na Inglaterra, quando foi constituída a primeira cooperativa dos tempos modernos. Como também aconteceu quatro anos depois, na Alemanha, em 1848, quando foi constituída a primeira cooperativa de crédito ou cooperativa financeira do mundo.

O cooperativismo surgiu justamente em um momento de profunda crise na história da humanidade.

Esse movimento e filosofia de vida, que hoje já conta com mais de 1 bilhão de adeptos em todo o mundo, com certeza é a grande alternativa para enfrentarmos os novos tempos, de economia compartilhada, da quarta revolução industrial.

Pois é justamente em momentos de crise, de dificuldades, que as pessoas precisam unir forças, cooperar para superar as adversidades e promover o desenvolvimento econômico e social.

Quando as pessoas se unem tornam-se mais fortes: é a força, a sinergia, o que eu chamo de o milagre da cooperação. A cooperação é a chave para uma sociedade mais justa, mais humana, com equilíbrio entre as questões econômicas, ambientais e sociais.

Portanto, acredito que o cooperativismo, como um movimento que promove o equilíbrio nas relações entre capital e trabalho, que tem como proposta colocar o capital a serviço das pessoas, e não as pessoas a serviço do capital, é a grande alternativa e o caminho para os novos tempos. Um grande instrumento para ajudar a melhorar a vida das pessoas e cooperar na construção de um mundo melhor, mais sustentável, para todos nós.





Fonte: www.administradores.com.br - via Portal do Cooperativismo Financeiro.

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