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07/02/17

Processo Assemblear Cooperativo: Como torná-lo virtuoso?


 Ênio Meinen, diretor de Operações do Banco Cooperativo do Brasil - Bancoob

Artigo de Ênio Meinen, advogado, pós-graduado em direito (FGV/RJ) e em gestão estratégica de pessoas (UFRGS), diretor de Operações do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) e autor/coautor de vários artigos e livros sobre cooperativismo financeiro área na qual atua há 33 anos -, entre eles a recente obra Cooperativismo Financeiro: virtudes e oportunidades ensaios sobre a perenidade do empreendimento cooperativo(Ed. Confebras, 2016), referência para o presente artigo. Confira.

O processo assemblear cooperativo, para que seja bem sucedido segundo os interesses do quadro social, tem que ser transparente e contar com a máxima participação de cooperados.

A transparência, seguramente um dos mais caros valores do cooperativismo em qualquer dos seus ramos, pode ser traduzida como o dever de informar, que é a busca incessante da publicidade dos atos e fatos societários. O resultado visado, ao final, é a confiança, imprescindível para a sustentabilidade do empreendimento cooperativo.

Cabe à administração da cooperativa, sob a liderança do presidente do Conselho, divulgar com boa antecedência o cronograma dos atos assembleares, incluindo, quando for o caso, as pré-assembleias ou outros encontros que antecedam a assembleia geral. Da mesma forma, os temas objeto da pauta requerem tempestiva e clara disseminação entre os sócios, assim como os locais, dias e horários dos eventos. Enfim, a comunicação há de ser abrangente, efetiva e proativa.

Em cada um dos encontros preliminares e final a administração deve estar devidamente preparada para, didaticamente, expor os assuntos da pauta e pronta para responder a todas as questões levantadas pelos associados.

Não são raros os casos em que, por exemplo, o associado (que pode ser um delegado, na hipótese de a cooperativa adotar esse regime) levanta dúvida sobre variações relevantes em rubrica de despesas sem que a administração esteja em condições de responder. Tais situações atentam contra a transparência e suscitam desconfiança em relação à gestão, lembrando que a prestação de contas é elemento-chave da governança cooperativa e traduz responsabilidade indelegável da administração.

Daí ser fundamental que o presidente do Conselho repasse previamente todo o roteiro da apresentação assemblear com a Diretoria ou quadro técnico e colha o necessário detalhamento sobre os aspectos mais sensíveis e relevantes. O ideal seria até mesmo ensaiar a exposição com a equipe. Já a participação do associado será tanto maior quanto mais assertivos forem os estímulos para o seu comparecimento. Contribuem para isso:

1- A escolha do dia, local e hora apropriada às possibilidades do quadro social.

2 A adequada antecedência na divulgação dos encontros.

3 A clareza na disposição dos temas e o compartilhamento prévio dos conteúdos a serem examinados nos certames.

4 A ampla mobilização por parte da administração, que deve, entre outros movimentos, acionar os executivos dos diferentes pontos de atendimento,  para que contatem os cooperados de sua base, e difundir os eventos pelos canais de maior alcance dos sócios (rádio, jornal, rede social, sites, mensagens eletrônicas, etc).

A experiência tem evidenciado que as cooperativas com quadros sociais organizados em núcleos, comitês ou formatos equivalentes, bem como aquelas que instituíram o regime de delegados, pelo contato mais próximo e frequente com os cooperados, conseguem mobilizar um número consideravelmente maior de associados em seus conclaves assembleares.

Por fim, as pré-assembleias ou fóruns informais equivalentes são absolutamente indispensáveis para arregimentar um contingente mais expressivo de comparecimentos e assegurar maior ativismo dos sócios na medida em que ficam mais à vontade para questionar e opinar quando estão em seus próprios territóriose em menor número.





Fonte: Portal do Cooperativismo Financeiro.

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