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11/10/17

Sicoob Central SC/RS realiza 8º Encontro dos Dirigentes em Gaspar


 Evento trouxe vários palestrantes que debateram com os dirigentes os caminhos do cooperativismo em meio às transformações globais

O Sicoob Central SC/RS promoveu nos dias 6 e 7 de outubro, no Fazzenda Park Hotel, em Gaspar, o 8º Encontro dos Dirigentes, que reuniu cerca de 400 pessoas, entre dirigentes de cooperativas, funcionários e convidados. O encontro, realizado a cada dois anos, teve como tema Compliance em Cooperativas de Crédito, que destacou a importância de atuar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos para garantir uma gestão segura e competente.

O termo compliance tem origem no verbo inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido.  Trazido para o meio corporativo, o objetivo é detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer.

O presidente do Sicoob Central SC/RS, Rui Schneider da Silva, destacou na abertura a importância dos temas que seriam debatidos e a qualidade dos palestrantes, com ênfase, também, na necessidade, cada vez mais urgente, de dinamizar a Comunicação e o Marketing para alcançar os objetivos propostos para o avanço do cooperativismo de crédito em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e em todo o país. Temos desafios em todas as áreas, mas todos eles passam, também, por uma boa comunicação com os nossos associados e com a população que ainda desconhece as vantagens do cooperativismo financeiro, para que possamos continuar a crescer e obter os recursos para continuar a oferecer um amplo portfólio de produtos e serviços, com tecnologia de ponta e atendimento de qualidade, que sempre foi o nosso maior diferencial em relação a outros sistemas financeiros, acentuou o presidente do Sicoob Credisulca.

Desafios O primeiro palestrante do Encontro, Luiz Edson Feltrin, com décadas de atuação no Banco Central do Brasil, onde ocupou chefias e diretorias, traçou um panorama das cooperativas de crédito, os marcos regulatórios e os investimentos que precisam ser feitos à Comunicação e o Marketing, para que o sistema possa alcançar os dois dígitos de participação nos recursos administrados pelo Sistema Financeiro Nacional e servir de um importante contrapeso aos juros praticados pelas instituições bancárias.

O palestrante também destacou a importância da agenda socioambiental nos dias atuais, a revolução tecnológica, a segurança cibernética e os desafios para as cooperativas atuarem e alcançarem bons resultados numa economia que aponta para inflação baixa e o que chamou de juros civilizados. São grandes desafios, mas as cooperativas financeiras têm correspondido a eles, o que explica o constante crescimento, bem acima da média das demais instituições do Sistema Financeiro Nacional, disse Feltrin.

E, apesar de toda a tecnologia que já faz parte do dia a dia das instituições financeiras e que vão crescer cada vez mais, Feltrin disse que a moeda mais importante é a confiança que você dá para o seu associado, apontando que este é um caminho que deve continuar a ser trilhado pelas cooperativas de crédito para continuar a fazer sucesso e se tornar, hoje e sempre, a melhor opção de negócios para os brasileiros.

A experiência de Mondragon O segundo palestrante do primeiro dia, o espanhol Mikel Lezamiz, do grupo Mondragon, falou sobre a corporação que é o maior grupo cooperativo do mundo. Mondragon é uma federação de cooperativas do País Basco, na Espanha, que se constitui no sétimo maior grupo empresarial da Espanha. Fundado em 1956 pelo padre José Maria Arizmendiarrieta, a corporação é composta por 100 cooperativas, 75 mil trabalhadores, 256 empresas e entidades que operam em quatro áreas: finanças, indústria, distribuição,pesquisa e formação. Fatura 12 bilhões de euros e exporta 70% do que produz, para vários continentes. É também a melhor experiência internacional sobre intercooperação. Possui 15 centros tecnológicos e 11 mil funcionários que trabalham em outros países.

Lezamiz disse que era importante falar em experiência cooperativa, pois o cooperativismo está sempre em evolução. E mesmo crescendo muito, para manter a sua essência, é preciso praticar os valores cooperativistas, com especial atenção para a cooperação, a participação, a responsabilidade social e a inovação, observou.

Para o dirigente de Mondragon, se não inovarmos, morreremos. E alerta que a inovação não é apenas técnica, mas também financeira, social e organizativa. Nas cooperativas do grupo Mondragon, a diferença entre o menor e o maior salário é de 4,5 vezes, apenas. Explicou que as cooperativas do grupo Mondragon seguem o princípio de pôr as pessoas e o trabalho que desenvolvem acima do capital. O capital, para nós, é apenas meio para realizar o que precisa ser feito e alcançar os resultados desejados, melhorando a vida de todos e da sociedade, resumiu.

Para ele, o século 21 será o da colaboração e, portanto, o século do cooperativismo. Por isso, o slogan de Mondragon é Humanismo no Trabalho. Para ele, as cooperativas têm ótimas perspectivas nesse modelo de economia colaborativa, mas é preciso que se comuniquem melhor. Precisamos mostrar o que fazemos, como fazemos, o nosso modelo justo de negócios, pois não visa lucro e os objetivos que são, afinal, melhorar a vida das pessoas, das empresas, das comunidades, transformar a sociedade, finalizou.

Conjuntura Econômica Na terceira e última palestra do dia, o economista Silvio Campos, da Tendências Consultoria Integral, falou sobre a Conjuntura Econômica, apontando para a retomada da economia brasileira. O maior risco apontado é o do cenário político e a expectativa sobre quem será eleito em 2018, para saber se as reformas terão continuidade ou serão interrompidas.

Em linhas gerais, sempre pontuadas por números, gráficos e tendências, resumiu a situação internacional e nacional como um momento favorável. A economia está se recuperando com melhora da gestão macroeconômica, assinalou, mas o ritmo é lento e o cenário político segue ameaçando a retomada.

Para ele, a queda da inflação e dos juros melhora a situação financeira de famílias e empresas, abreviando o período de ajuste (desalavancagem). Acrescentou que as reformas são fundamentais para fornecer base estrutural para melhora nos próximos anos. No entanto, a questão fiscal segue crítica.

Se a economia ainda está na direção correta, o cenário político é o principal fator de risco para os próximos anos, e isso inclui o decisivo processo eleitoral de 2018, afirmou. Concluindo, disse que o desempenho econômico da próxima década será defnido pelas escolhas feitas agora pela sociedade. Tentar novo atalho via políticas populistas irá gerar mais uma década perdida, previu.

Compliance A primeira palestra do segundo dia de atividades foi com o especialista em Compliance, Paulo Suzart, sócio da Hage, Navarro, Fonseca, Suzart e Prudêncio Consultoria em Compliance, uma empresa especializada em todas as áreas relacionadas a Compliance, anticorrupção, ética e governança corporativa, com atuação nacional e internacional.

Suzart falou sobre a sua experiência profissional e alertou para a realidade das intensas e rápidas mudanças tecnológicas, para as indústrias 4.0 e a revolução que isso vai significar no mundo da produção, dos negócios e na vida das pessoas. Como tudo caminha junto, os delitos e os crimes também passam a adquirir contornos cibernéticos e vão atingir todos os setores da economia.

Por isso, afirmou, é necessário investir continuamente em práticas de prevenção nas empresas e instituições, disseminar a cultura de controle e prevenção, difundir os códigos de ética e manuais institucionais, e utilizar ferramentas e procedimentos para estabelecer um eficiente sistema de prevenção à fraude, roubo e outros problemas da era da informatização do planeta, onde todos estão conectados.

Comunicação e Marketing Na palestra seguinte, Rafael Sampaio, especialista, consultor de Marketing e Comunicação falou sobre O marketing e a publicidade alavancando o presente e assegurando o futuro. Com vários exemplos internacionais, mostrou que o marketing e a publicidade constroem e salvam marcas.

Durante a palestra, ele elencou alguns conceitos fundamentais para a compreensão do papel da comunicação e do marketing, como por exemplo, a ideia que pode ser sintetizada em longe das mídias, longe das vendas. Mostrou que sempre que uma marca deixa de anunciar, perde espaço para a concorrência e é por essa razão que algumas marcas estão sempre presentes no dia a dia das pessoas, não apenas quando têm um novo produto para divulgar.

Mostrou, também, que há uma correlação entre a qualidade da propaganda e o volume da sua exposição, que gera valor. Portanto, não adianta fazer bons comerciais, boas peças publicitárias se não houver recursos suficientes para uma veiculação de massa.

Rafael Sampaio desmentiu a ideia de que fidelizar é mais importante do que conquistar novos clientes. Ambas são importantes, mas é preciso atrair novos consumidores diariamente caso as empresas queiram perenizar suas atividades. E isso é ainda mais forte no Brasil, onde por várias razões, a propaganda oferece um enorme potencial de retorno. O brasileiro gosta de propaganda e se acostumou a ter propaganda de boa qualidade. No entanto, comparado a outros países, o Brasil ainda investe pouco.

Marcas fortes conquistam maiores fatias do mercado e suportam níveis de preço superiores, porque são valorizadas pelos consumidores, disse Sampaio, que também explicou o efeito halo, mostrando que a publicidade deve impactar também os consumidores indiretos e até os não-consumidores.

Apesar das rápidas e cada vez maiores mudanças no perfil das mídias, Sampaio mostrou, com dados, que a TV ainda é a grande força das mídias no Brasil, onde tem o dobro da participação da média mundial. Cerca de 60% a 70% das verbas da publicidade e propaganda ainda vão para a TV, enquanto no mundo este índice situa-se entre 30% a 35%.





Fonte: Sicoob Central SC/RS Assessoria de Imprensa.

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