Rui mostrou as virtudes do cooperativismo em um mercado de juros altos e questionou sobre a grave situação política e econômica do país

O presidente do Sicoob Central SC/RS, Rui Schneider da Silva, em sua intervenção, mostrou que de 2008 até os dias atuais, o PIB brasileiro tem oscilado muito, com resultados positivos de até 7,5% e quedas de 3,5% negativos. Em 2017 ficou em 1% positivo. Destacou que o estado de Santa Catarina tem uma grande participação para melhorar esse índice, visto que, em média, nos últimos anos, se manteve positivo em 10%, tendo a agropecuária contribuído com 13% e a indústria extrativa em 5%.

Rui Schneider da Silva acrescentou que o Brasil tem uma carga tributária excessiva, engessando recursos e freando investimentos. Assinalou que o cooperativismo de crédito e o Sicoob têm contribuído para diminuir os juros e promover a inclusão financeira, agregando renda às famílias.

Após essa introdução, Rui Schneider da Silva perguntou a Henrique Meirelles como um governante pode melhorar essas metas diante da grave situação política e econômica do país.

Ao defender a redução do papel do estado na economia e reformas microeconômicas, Meirelles afirmou que o país seria capaz de se recuperar da instabilidade dos últimos anos, com aumento de produtividade e criação de ambientes favoráveis aos negócios. Este ciclo, que seria mais durável e menos volátil, proporcionaria um crescimento sustentável. Estamos agora enfrentando os problemas que estão na raiz. É uma mudança fundamental do país e temos que estar juntos, declarou.

Durante a conversa com empresários, o ex-ministro defendeu a desburocratização, implantação do cadastro positivo, além das reformas trabalhistas e previdenciárias. Como exemplo para as mudanças na relação de trabalho, usou a experiência da Alemanha que realizou uma flexibilização semelhante e percebeu redução do desemprego. No Brasil, de acordo com Meirelles, essa reforma poderia gerar cerca de seis milhões de postos. Outro reflexo dessas reformas seria nos indicadores. A inflação está de fato controlada. Cremos que continuará assim, com a taxa de juros controlada, afirmou.

Além do crescimento do número de empregos, o executivo defendeu que o crescimento do consumo de bens duráveis, do consumo das famílias, bem como os registros positivos de indústria são uma reação consistente da saída do país da crise. Meirelles, que recentemente confirmou filiação ao MDB não descarta participar da corrida presencial.

Para Wilfredo Gomes, presidente do LIDE Santa Catarina, a participação do ex-ministro no almoço-debate apenas reforça a relevância do Estado e a força do grupo empresaria. Eventos como esse demonstram claramente a vocação do Lide SC. Estamos tendo o privilégio de saber dos caminhos econômicos que o Brasil percorreu nos últimos anos e o que esperar do futuro. Isso diz respeito a todos nós.

O governador Eduardo Pinho Moreira também participou do encontro. Meirelles tem uma trajetória importante na história recente do Brasil. Nunca se omitiu frente à crise e comandando a economia promoveu uma reação extremamente corajosa, destacou.

O Grupo de Líderes Empresariais (Lide) é uma organização que reúne os principais líderes do Brasil e do mundo. O Lide promove a integração entre empresas, organizações e entidade privadas, por meio de programas de debates, fóruns de negócios, atividades de conteúdo. Fomenta o intercâmbio cultural, ampliando a oportunidade de relacionamento e negócios entre lideranças locais e regionais.

Fundado em 2003, o Lide possui mais de 1.600 empresas filiadas, presentes em 16 unidades nacionais e 16 unidades internacionais, que representam mais de 52% do PIB privado brasileiro e realiza anualmente até 160 eventos em todo o território nacional.

Os eventos promovidos pelo Lide Santa Catarina são exclusivos para filiados e convidados e tem como objetivo promover intercâmbio de ideias, networking e fortalecimento do cenário empresarial do Estado.