Dirigentes do Sicoob participaram do evento que reuniu 200 líderes para discutir temas da atualidade
A Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Santa Catarina (Sescoop/SC) promoveu nos dias 31 de agosto e 1 de setembro o Fórum Catarinense de Dirigentes Cooperativistas, em Santo Amaro da Imperatriz, reunindo 200 líderes para a discussão de temas da atualidade. Dirigentes de cooperativas do Sicoob Credisulca também participaram do eventoO presidente Luiz Vicente Suzin instalou o Fórum assinalando a importância da atualização dos dirigentes para a compreensão dos cenários de desafios, mudanças e transformações pelos quais passa a sociedade brasileira. As informações se transformam em conhecimento e nos orientam para a ação, afirmou.
Intercooperação e alianças estratégicasfoi o tema da preleção do engenheiro agrônomo, consultor e empresário Marcelo Prado. Sexto princípio do cooperativismo internacional, a intercooperação significa que as cooperativas trabalham de forma integrada para servir melhor seus cooperados (associados).
O palestrante discorreu sobre sete obstáculos para a intercooperação: individualismo e oportunismo; vaidade; falta de confiança; diferenças culturais; concorrência; perda de autonomia e falta de formalização de acordos.
Sugeriu alianças estratégicas ancoradas nos diferenciais comparativos e, também, na competência central de cada um para a geração de valor aos parceiros. Destacou que essas alianças produzem resultados notáveis: os parceiros estruturados atingem 90% de sucesso e as empresas engajadas obtêm 20% a mais de lucratividade. Por outro lado, os fracassos nas alianças decorrem de valores éticos incompatíveis, ausência de regras claras, indefinição do papel de cada parceiro, falta de alinhamento da organização com a aliança e falta de comprometimento.
O desafio dos líderes é identificar as oportunidades e conhecer os diferenciais, ter transparência e excelência na gestão, ensinou Marcelo Prado.
VocaçãoO Brasil tem uma forte vocação para o cooperativismo e isso está expresso nas 6,5 mil cooperativas brasileiras com 12 milhões de associados e 350 mil empregados diretos. A observação é do professor da Fundação Getúlio Vargas Cláudio Tomanini ao iniciar a palestra Gestão de Negócios Empreender e ter Sucesso. Lembrou que as cooperativas respondem por 70% do trigo, 40% da soja, 40% do leite, 38% do algodão, 21% do café e 16% do milho. Porém, há grande margem para crescer como a Alemanha onde 35% da população fazem parte das sociedades cooperativistas.
O mercado mudou, o mundo mudou em uma velocidade absurda, são inúmeros os desafios para atender clientes cada vez mais exigentes, que demandam capacidades diferenciadas. Hoje os dirigentes estão diante de um cenário globalizado e essas mudanças exigem um novo perfil profissional, mais dinâmico e em constante mutação. As exigências do mercado mudaram e os profissionais precisam mudar também para se manter competitivos. As cooperativas vivem um momento de rever suas estruturas para adequá-las ao atual cenário e este processo vai além de uma simples avaliação do seu número de funcionários, explicou Tomanini.