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09/10/17

Dia Internacional do Cooperativismo mostra a força das cooperativas de crédito


Presidente da Confebras, Kédson Macedo, destacou a importância da participação das cooperativas brasileiras na celebração da data

A terceira quinta-feira de outubro é uma data muito especial para as cooperativas financeiras de mais de 100 países. É quando elas se unem para celebrar o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito (Dicc). Ao longo do próximo dia 19, diversas ações de responsabilidade socioambientais serão realizadas, ao mesmo tempo, dentro e fora do Brasil, a fim de mostrar tanto a força quanto a preocupação do cooperativismo global com as comunidades onde se localizam.

No Brasil, aproximadamente 9 milhões de pessoas já conhecem as vantagens de fazer  parte do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), composto por mais de mil cooperativas. Em todo o mundo, esse número ultrapassa 231 milhões de pessoas que sonham, realizam e prosperam.

O tema deste ano do Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito é: Sonhos Prosperam Aqui, definido pela Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (Woccu na sigla em inglês) e implementado pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Confira, a seguir, uma entrevista com o presidente da Confebras, Kédson Macedo, sobre a importância da participação das cooperativas brasileiras na celebração internacional.

Qual a importância do SNCC participar ativamente da celebração da data?

Kédson Macedo Embora seja prática comum e contínua de engajamento das comunidades nas quais as cooperativas de crédito estão inseridas, no Dia Internacional a ênfase é diferenciada. Nessa data, celebrada anualmente na terceira quinta-feira de outubro, há uma mobilização conjunta dos integrantes do cooperativismo financeiro em âmbito mundial, todos sintonizados no mesmo ideal: fortalecer as soluções cooperativistas financeiras nas comunidades. A ativa participação na celebração do Dicc, por meio da campanha disponibilizada pela Confebras em parceria com a OCB, legitima e fortalece os ideais do cooperativismo e estabelece maior sinergia com as instituições cooperativistas financeiras em todo o mundo.

As cooperativas são aliadas naturais da ONU na luta contra a erradicação da pobreza no mundo. Poderia comentar um pouco sobre isso?

Kédson Macedo - Os princípios cooperativistas transmitem valores humanos que estão profundamente alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, principalmente ao objetivo número 1, que trata da erradicação da pobreza.

Para extinguir a pobreza, a cooperação é fundamental. Nesse sentido, a atividade cooperativista desenvolvida pelos diferentes ramos cooperativos contribui para a ascensão econômica conjunta. É fato, e os cases pelo Brasil e pelo mundo comprovam  que onde há atividade cooperativista o índice de pobreza é menor. No âmbito do cooperativismo de crédito, a compreensão da realidade local, combinada ao acompanhamento personalizado e à educação financeira oferecida pelas cooperativas, contribui para cada associado sair das situações dificultosas e, ainda, encontrar o equilíbrio, sendo que a orientação da cooperativa, alinhada à disciplina do associado, faz toda a diferença.

Por ser formada pela associação de pessoas, as quais são pertencentes a uma mesma comunidade, a cooperativa de crédito é uma empresa com coração, constituída para ter protagonismo no desenvolvimento econômico local e cumprir o seu papel de ferramenta da solidariedade social e da união entre as pessoas. Oferece soluções financeiras justas, emprega e nutre interesses pela comunidade por meio de ações, projetos e programas não apenas de cunho solidário ou assistencialista, mas também de capacitação e de valorização do ser humano. Aqui inclui-se resgatar a dignidade das pessoas excluídas e dar-lhes oportunidades de viver com altivez.

Qual a importância do quadro social, bem como de sua participação no processo de decisão de uma cooperativa?

Kédson Macedo - A democracia fortalece a importância da participação de cada associado nas decisões da cooperativa de crédito. Um associado representa um voto, uma decisão, uma opinião. Ninguém manda mais que o outro. Assim, pensamentos em comum geram movimento em prol das decisões conjuntas. Nesse sentido, o quadro social tem fundamental importância para a constituição, condução e desenvolvimento de uma cooperativa de crédito. O quadro social é a base e o topo. É o corpo, é o todo. O quadro social é o início e o fim das atividades das cooperativas de crédito. Nas cooperativas, o foco que vale é o do associado. Ele é o dono. Ele é o patrão.

Por que as cooperativas se importam tanto com as comunidades que estão à sua volta?

Kédson Macedo - É como o ar que respiramos. Quem não deseja melhorar o ar que respira? Torná-lo mais puro, mais saudável? Num comparativo simples, o ar é para a vida o que a comunidade é para a cooperativa de crédito: a essência, a fonte da existência. Melhorar a vida financeira dos seus associados é a missão de toda cooperativa de crédito e, ao melhorar a vida deles, melhora-se a economia da comunidade. Pela ótica mais ampla do contexto, desencadeia a prosperidade e a qualidade de vida.

Quais são os principais entraves ao desenvolvimento das cooperativas de crédito no Brasil?

Kédson Macedo - Um obstáculo que as cooperativas de crédito precisam estar atentas relaciona-se à competitividade frente aos bancos tradicionais e agora também às Fintechs. Como manter-se competitiva quando as exigências dos públicos estão cada vez mais digitais? Como manter-se competitiva, sem perder seu perfil humano e sem abdicar dos princípios cooperativistas?

Ainda oferecemos vantagens aos cooperados, por conhecer a realidades deles e adaptar os serviços às suas necessidades. O atendimento torna-se diferenciado, próximo e engajador. Mas não podemos esquecer que vivemos em um país capitalista, em que o mercado dita as regras, e acompanhar as mudanças voláteis e velozes é um grande desafio. Para despertar e estimular os líderes das cooperativas é que as parcerias institucionais do setor, que já acontecem, são tão importantes, como ocorre com eventos como o Concred e o Fórum Integrativo Confebras. Nesses eventos a intercooperação acontece na prática e alavanca positivamente todo o contexto cooperativista.

O SNCC cresce cerca de 100% a cada cinco anos, superando, inclusive, os outros sistemas bancários (privados ou públicos). O que motiva esse fenômeno?

Kédson Macedo - O primeiro fator motivador da ascensão do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo no Sistema Financeiro Nacional é a gestão desenvolvida pelos líderes, executivos cada vez mais capacitados para conduzir cooperativas numa atmosfera competitiva. Foi a gestão eficaz desses líderes que possibilitou que as cooperativas de crédito oferecessem completo e moderno portfólio de produtos e serviços, a preços muito competitivos.

Em seguida vem a convicção do propósito base de toda cooperativa de crédito, que sabiamente é explicitado pelo tema do Dicc deste ano. O cenário do SNCC é resultado da qualificação somada a valores e a uma causa nobre. Embora o crescimento do SNCC à base de 20% ao ano, nos anos recentes, seja um fato digno de comemoração, isso já é passado.

Agora temos a responsabilidade de administrar nossas cooperativas financeiras à luz de novo cenário desafiador de redução de spreads, forte transformação digital e concorrência de outros players que adentram ao mercado financeiro como fintechs e empresas globais de tecnologia (Google, Amazon, Pay Pal, por exemplo).

Nossos cooperados, como qualquer consumidor, sempre buscará o que o mercado oferecer de melhor, e tenho certeza que estaremos preparados para cativá-lo com o melhor produto, o melhor serviço, a melhor rentabilidade e o melhor atendimento.





Fonte: Informe OCB.

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