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15/08/17

Como são tratados os resultados nas instituições financeiras cooperativas


Nas instituições financeiras cooperativas, o resultado, que corresponde ao lucro, retorna para os associados

Por Marcelo Correa Medeiros.

Como dono e usuário de uma instituição financeira cooperativa, você participa nos resultados, nas decisões, e ainda contribui para a construção de um mundo melhor, mais sustentável, com equilíbrio entre os aspectos econômicos, ambientais e sociais.

Nas cooperativas de crédito ou instituições financeiras cooperativas, os resultados são chamados de sobras, que seriam os lucros nas instituições tradicionais do mercado (bancos).

Ao ingressar em uma cooperativa financeira, você adquire cotas do capital social da instituição, formaliza a sua matrículacomo associado e adere ao estatuto social, ou seja, passa a ser dono e usuário de um empreendimento de propriedade coletiva, uma instituição financeira sem fins lucrativos, com garantia do FGCOOP Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito, regulamentada pelo CMN Conselho Monetário Nacional, acompanhada e fiscalizada pelo BC Banco Central do Brasil, assim como os bancos e demais instituições financeiras que fazem parte do SFN Sistema Financeiro Nacional.

Na condição de sócio/associado, você passa a participar dos resultados e das decisões da instituição financeira, além de usufruir de um vasto portfólio de produtos e serviços financeiros com preço justo, ou seja, tem acesso aos mesmos produtos e serviços de um banco tradicional, porém, com custos reduzidos e as vantagens e os diferenciais cooperativos, de uma instituição financeira onde você não é apenas mais um número ou mais um cliente, mas é dono e usuário da instituição.

Como é a participação nos resultados

A participação dos associados nos resultados apurados nas demonstrações contábeis (sobras disponíveis após as destinações estatutárias) ocorre através de Assembleia Geral Ordinária, realizada até abril de cada ano, quando ocorre a prestação de contas da administração da cooperativa de crédito, passando pela análise e deliberação dos associados (donos do negócio).

Após a aprovação das contas, os donos da instituição financeira (sócios) decidem a destinação das sobras (lucros) do exercício. Parte do dinheiro retorna para o associado, de forma proporcional à movimentação de cada um na cooperativa, durante o exercício anterior. Geralmente, são definidos critérios para participação das sobras, com base na movimentação de cada associado em conta corrente (depósitos a vista); aplicações (depósitos a prazo); empréstimos (operações de crédito) e reciprocidade na utilização dos produtos e serviços financeiros da cooperativa. É proibida a distribuição de sobras (lucros) tendo como base o valor do capital social (valor que o associado adquire, investe, em cotas de capital).

Outros resultados proporcionados pelas cooperativas financeiras

Além do resultado contábil, que corresponde às sobras (lucro) apuradas no exercício anterior, as cooperativas de crédito proporcionam outros tipos de resultados aos seus associados:

- Resultado Econômico Indireto: É a sobra (resultado) que fica no bolsodo associado durante o ano (exercício social), que não aparece nas demonstrações contábeis, mas que o associado recebeu, tendo em vista a economia que ele fez ao optar por realizar suas atividades financeiras com a sua cooperativa de crédito. Muitas cooperativas já apresentam nas suas assembleias um comparativo entre o que o associado gastouem taxas de juros e tarifas na cooperativa e o que ele gastariase tivesse uma conta em um banco tradicional. A diferença é muito grande. Na cooperativa o associado tem um custo muito menor de manutenção e taxas de juros do que nas demais instituições financeiras do mercado. Ressaltando ainda, que no caso da cooperativa de crédito, o associado não gastou, mas investiuna sua própria instituição financeira cooperativa, seu empreendimento cooperativo.

- Resultado Ambiental e Social: As cooperativas de crédito, por sua natureza cooperativa, possuem na sua essência o compromisso não só econômico, mas também ambiental e social com as comunidades onde estão inseridas. Possuem compromisso com a sustentabilidade, que compreende investimentos em projetos que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos.

Por essas características, as instituições financeiras cooperativas são poderosos agentes de desenvolvimento local, proporcionando crescimento econômico e social de forma sustentável, para milhões de pessoas no Brasil.

Sobre o autor

Marcelo Correa Medeiros é administrador, gestor de cooperativas e contador, com MBA em Gestão Empresarial, mestre em Direção Estratégica, além de coach, palestrante, escritor e professor. Embaixador da Paz pela UPF - Federação para a Paz Universal, órgão ligado à ONU. Atua há 25 anos no associativismo e cooperativismo financeiro, nas funções de sócio fundador, presidente, gerente Geral, contador e inspetor.





Fonte: www.administradores.com.br

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